sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Não me Deixes!


Debruçada nas águas dum regato
A flor dizia em vão
À corrente, onde bela se mirava:
"Ai, não me deixes, não!

"Comigo fica ou leva-me contigo
"Dos mares à amplidão;
"Límpido ou turvo, te amarei constante;
"Mas não me deixes, não!"

E a corrente passava; novas águas
Após as outras vão;
E a flor sempre a dizer curva na fonte:
"Ai, não me deixes, não!"

E das águas que fogem incessantes
À eterna sucessão
Dizia sempre a flor, e sempre embalde:
"Ai, não me deixes, não!"

Por fim desfalecida e a cor murchada,
Quase a lamber o chão,
Buscava inda a corrente por dizer-lhe
Que a não deixasse, não.

A corrente impiedosa a flor enleia,
Leva-a do seu torrão;
A afundar-se dizia a pobrezinha:
"Não me deixaste, não!" 
Gonçalves Dias

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer
Pois todos os caminhos me encaminham prá você
Assim como o oceano só é belo com o luar
Assim como a canção só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem só acontece se chover
Assim como o poeta só é grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor não é viver
Não há você sem mim, eu não existo sem você


Vinicius de Moraes

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Atrás da porta

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro não acreditei
Eu te estranhei me debrucei,
sobre o teu corpo e duvidei
E me arrastei de te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teus pêlos, no teu pijama
Nos teus pés, ao pé da cama.
Sem carinho sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Para sujar teu nome te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua
Só para mostrar que ainda sou tua…

Chico Buarque

domingo, 23 de janeiro de 2011

Estranhas vibrações tomam conta do meu corpo...
Fazendo com que algo se transforme dentro de mim
Apagando as luzes da minha mente.
E as vozes vão me tirando de mim
Fazendo com que a minha única certeza seja a de não compreender o que sinto...
Porque tudo que era real... Transformou-se em fictício.

domingo, 9 de janeiro de 2011

The Gathering - Broken glass




Find your peace
Turn in sight
You're the target
You're the center
Find the key
Lock the door
Close your eyes
For encore


Drop yourself
In the grass
Breathe the air
At last
Hold on tight
Don't you fall down
Breathe the air
Through the water.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

- É maravilhoso ver todos vocês aqui esta noite. Sim, absolutamente maravilhoso. Porque sei que muitos de vocês vem aqui diversas vezes, o que eu acho realmente fantástico, vir aqui e assistir ao fim de tudo, e então retornar para casa, para suas próprias eras... e construir famílias, lutar por novas e melhores sociedades, combater em guerras terríveis em nome do que vocês acham certo... isso realmente nos traz esperança no futuro de todos os vivente. A não ser, é claro - e apontou para um redemoinho que relampejava acima e ao redor deles -, pelo fato de sabermos que não haverá futuro algum...

O restaurante no fim do universo - livro 2 da série " O mochileiro das galáxias"   de Douglas Adams